Ainda há demasiados CEOs e boards que olham para o IT como um gasto, não como um investimento estratégico.
Vejo isto todos os dias. Muitos ainda acreditam que o IT é como a eletricidade: enquanto há “luz”, está tudo bem. Mas quando falha… aí sim, percebem a sua importância.
Em muitas empresas, sobretudo fora dos grandes centros, o IT ainda é tratado como o “informático que vai lá arranjar os computadores”. Alguém que sabe “mexer” nos PC’s, mas não domina as camadas críticas da cibersegurança, da infraestrutura, da resiliência e da continuidade de negócio.
O IT deixou há muito de ser “os computadores”. Hoje é a base da operação, da produtividade e da segurança de qualquer organização. E no entanto, continua a ser visto como uma despesa.
Esta perceção não é só empírica, está nos dados: o estudo IT Future Trends 2035 mostra que mais de metade dos líderes empresariais ainda não reconhecem o IT como uma prioridade estratégica.
Mas pergunto sempre: se amanhã tiver um ataque informático, a sua empresa está preparada para recuperar todos os dados?
Em quanto tempo volta a operar?
A resposta mais comum é “temos backups”. Mas quando pergunto “que tipo de backups?”, o silêncio instala-se.
Backups numa drive, num disco externo, ou “levados para casa” não são segurança. São risco.
Muitos ataques são planeados com meses de antecedência. O vírus infiltra-se, contamina os backups e quando o ataque é ativado, já não há nada para recuperar.
É fácil entender por que isto acontece.
Ser CEO ou administrador é um desafio multidisciplinar. Ninguém tem de dominar todas as áreas. Mas é obrigação confiar em quem sabe, e escolher parceiros com certificações, experiência e credibilidade.
No IT, barato sai caro. Quando o desastre acontece, chamar quem sabe custa sempre mais do que teria custado fazer bem à primeira.
Para 2026, desejo ver mais planeamento, mais visão e mais respeito pelo IT nas organizações. Porque uma empresa sem IT não é uma empresa com futuro.
É uma empresa em risco.
E tal como como na eletricidade, só damos valor quando a “luz” se apaga.
O problema é que, quando isso acontece no IT, pode já ser tarde demais.




