Há um mal-entendido que se repete vezes sem conta no mundo profissional: a ideia de que subir na carreira é o mesmo que ganhar um título vitalício.
Como se o cargo fosse uma conquista que nos passa a definir para sempre.
Mas aqui vai uma verdade que nem sempre gostamos de encarar: o cargo é temporário. É algo que a empresa nos “empresta” e pode mudar a qualquer momento.
Não sejamos ingénuos! Ninguém é insubstituível.
– Há profissionais brilhantes a serem dispensados sem aviso.
– Chefes que são idolatrados e que, de um dia para o outro passam a, “ex-colaboradores”.
– Funções que ontem pareciam essenciais… e hoje já nem existem e no futuro cada vez mais.
– E há também aqueles que não têm o titulo, mas que já são vistos e respeitados como tal.
Mas há algo que fica para Sempre.
A tua reputação!
Jack Welch será o eterno CEO da GE, por exemplo.
Essa ninguém te tira. Essa és tu que a levas contigo, para onde fores.
E constrói-se devagar, com consistência, nos pequenos gestos:
- Cumprir o que se promete
- Resolver em vez de complicar
- Ser lembrado pelo que entregou, não pelo que aparentou
- E muito importante, ter paciência para chegar ao lugar que se pretende
A reputação é o que dizem de ti quando já não estás presente.
É quando se lembram de ti, porque és a pessoa certa.
É o “liga ao António, não conheço melhor pessoa para esse desafio”, mesmo quando já não trabalhas na empresa.
É seres lembrado com respeito, não com alívio.
Nas minhas empresas, dissemos sempre isto a quem entra:
“Tu representas o nome da empresa que levou 23 anos a construir, mas em todos os clientes que passes, constrói também a tua reputação. Faz com que eles queiram ser geridos por ti.”
Damos confiança desde o primeiro dia. Porque o talento não se controla, cultiva-se. E quem está por mérito, não precisa provar todos os dias que merece o lugar. Basta ser coerente.
O cargo pode acabar. A estrutura pode mudar.
Mas se investiste na tua reputação, com ética, valor e verdade, vais continuar a ser procurado, escutado e respeitado.
E mais uma coisa importante:
Não é a empresa que tem obrigação de te dar felicidade. És tu!
A empresa pode (e deve) dar condições, respeito, reconhecimento, que por sua vez contribui para a tua felicidade. Mas a tua vida, a tua paz e o teu sentido… dependem de ti.
Se andas a viver em função do cargo que tens, faz uma pausa e pergunta-te:
Se me tirarem o título que aparece no meu e-mail, o que é que ainda fica de mim?
Se a resposta for “tudo”, estás no caminho certo.
Se a resposta for “pouco”, então talvez esteja na hora de recomeçar. Por ti.
Faz sentido?