Quando um CEO fala, a sua voz nuca é exclusivamente pessoal.
Seja qual for a sua intenção, ele é sempre a voz da organização que lidera, sobretudo quando essa organização tem dimensão e projeção pública. É um facto que muitos parecem esquecer, com consequências pesadas e, por vezes, irreversíveis.
Recordemos Paddy Cosgrave , fundador do Web Summit, que há dois anos expressou a sua opinião pessoal sobre o conflito entre Israel e Hamas, sem considerar as implicações empresariais. O resultado foi devastador: empresas tecnológicas hashtag#líderes cancelaram presenças, obrigando-o a abandonar o cargo de hashtag#CEO, afetando gravemente a imagem e credibilidade do evento.
Outro exemplo é Elon Musk, cujas opiniões e posições hashtag#políticas polémicas, frequentemente ligadas ao apoio de hashtag#Trump têm causado danos significativos na Tesla. Recentemente vimos o impacto direto dessas escolhas, com quedas acentuadas nas vendas e no valor das ações da empresa.
Em Portugal, Miguel Milhão, fundador e dono da Prozis, experimentou algo semelhante após as suas declarações controversas sobre o aborto. Apesar de posteriormente ter conseguido mitigar o impacto através de uma comunicação estratégica, inicialmente viu grande parte da sua rede de influenciadores a abandonar a marca e consumidores a afastarem-se.
Mais recente é o caso de Celso Lascasas, cujo mérito empresarial é inquestionável. Contudo, a sua comunicação pessoal nas redes sociais, frequentemente marcada por ostentação e brincadeiras controversas, contrasta com os valores do seu público-alvo de gama média-alta. Este desalinhamento pode não só gerar desconforto interno como afastar clientes que não se revêm com o posicionamento do CEO.
Um hashtag#CEO precisa de compreender claramente uma coisa:
As suas opiniões pessoais, sobretudo quando controversas ou polarizadoras, podem traduzir-se em custos reais para a empresa que dirige. Opiniões hashtag#políticas, hashtag#religiosas ou hashtag#sociais devem ser geridas com muita prudência e responsabilidade, preferencialmente em contextos privados e protegidos.
Na posição de hashtag#liderança, responsabilidade acrescida implica prudência acrescida. Um CEO que não entende isso arrisca-se a pagar um preço demasiado alto pela liberdade de dizer tudo o que pensa.
Deixo-vos com uma pergunta provocatória para discussão:
Será que um CEO tem realmente direito a liberdade total de expressão quando as suas palavras impactam milhares de colaboradores e clientes?
