Muitas pessoas admiram-me por ter superado o acidente que mudou a minha vida aos 18 anos.
E, surpreendentemente para muitos, em praticamente momento algum eu fui abaixo.
Nunca me senti inferior. Nunca olhei para a minha vida como sendo “a pior”, embora “mais difícil” do que a dos outros. Mas certamente mais feliz que muitos.
E sabem porquê?
Porque desde o primeiro momento, encarei a realidade com total clareza. Não tentei enganar-me nem me agarrei a falsas expectativas.
O que me aconteceu era um facto. Mas o que faria com isso, era uma escolha.
Eu escolhi olhar para a solução, não para o problema.
Escolhi ter um projeto de vida. E esse projeto começou com um pequeno grande passo: tirar a carta de condução.
Na zona onde vivia, sem conduzir, a minha liberdade seria sempre limitada. E eu tinha de ser livre.Livre para me mover, para trabalhar, para decidir.
Claro que, por ser o primeiro, tive de mover mentalidades e montanhas.
Dois anos de completa luta.
Mas nada, nem ninguém, me demoveu
Porque o meu verdadeiro propósito era maior do que isso:
– Eu queria ser financeiramente independente.
– Não depender dos meus pais.
– Ser empresário. Há quem sonhe ser futebolista, médico, engenheiro, eu queria ser empresário.
Esse foi sempre o meu foco. E, a partir daí, fui desenhando o meu plano de vida, por fases, com metas. Sempre com o propósito bem definido como bússola.
E deixem-me dizer-vos com a experiência que tenho:
– Quem vive sem propósito, anda à deriva.
– Quem vive apenas com o objetivo de “se reformar bem”, está a seguir um caminho perigosamente vazio.
Ter um propósito é acordar com energia e com motivação.
É saber por que razão damos o litro.
É o que nos dá alegria, o que nos faz resistir aos problemas, o que nos leva a querer ser mais, mesmo quando tudo parece menos.
Por isso, partilho isto convosco:
Se hoje estou aqui, ativo, independente, com uma vida que muitos consideram “admirável”, foi porque tive e tenho, desde muito cedo, um propósito.